A comunidade de Breves recebeu, nos dias 8 e 9 de novembro, a visita de uma equipe da Fundação Vale, que foi conhecer de perto a realidade local e o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Rede Mondó desde 2020.

As duas organizações firmaram uma parceria em julho deste ano. A ida ao município marajoara marca uma das etapas do trabalho em desenvolvimento pela Rede desde que o convênio com a Fundação Vale foi assinado.

Durante os dois dias, o grupo, composto por Flávia Constant, diretora-presidente da Fundação Vale e head de Investimento Social da Vale, Carla Vimecarte, Letícia Verona e Júlia Ventura, fizeram uma verdadeira imersão em Breves. Elas experimentaram como é viver naquela comunidade, visitando tanto a zona urbana quanto a rural — inclusive, utilizando o barco como meio de transporte na maior parte do tempo.

A parceria entre a fundação e a Rede Mondó está inserida no projeto Combate à Pobreza Extrema. Por meio dele, a Vale pretende desenvolver ações que apoiem a saída de 500 mil pessoas da extrema pobreza nos territórios onde a companhia atua.

A estratégia é atuar com uma metodologia chamada Acompanhamento Familiar Multidimensional (AFM), cujas ações estão divididas em quatro dimensões: Renda, Educação, Infraestrutura e bens essenciais e Saúde e nutrição.

Neste sentido, a atuação da Fundação Vale ocorrerá em três frentes: Fomento, Construção Conjunta e Advocacy. A parceria com a Rede Mondó se enquadra na primeira, cujo objetivo da organização é apoiar financeiramente instituições que já atuam com metodologias de combate à pobreza com relação direta com a meta da organização.

EDUCAÇÃO

Para Glinda Farias, coordenadora do Núcleo de Integração da Rede Mondó, o alinhamento entre as dimensões de atuação das duas entidades foi fundamental para que a parceria fosse firmada. “Além disso, a Rede é o primeiro projeto apoiado pela Fundação Vale, cujo escopo de atuação envolve o combate à extrema pobreza por meio da Educação”, explica.

O objetivo da parceria é apoiar 350 famílias brevenses. Agora, dentro do cronograma estipulado para o projeto, a Rede Mondó está na fase de seleção delas. De acordo com Glinda, 400 serão visitadas, uma por uma, para assegurar que as selecionadas cumpram todos os requisitos.

Este trabalho vem sendo realizado em parceria com as secretarias municipais de Saúde, Educação e Assistência Social. Entre as atividades estão os laboratórios de co-criação, a escuta das famílias e uma análise de perfil.

A visita da equipe da Fundação Vale, que foi acompanhada por Glinda, considerou a visita a algumas dessas famílias. A diretora executiva da Rede, Carolina Maciel, e a diretora de Relações Institucionais, Julia Jungmann, também participaram.

DESAFIOS

“Nesses dois dias, elas puderam entender como é a vida no Arquipélago do Marajó e perceber como, aqui, há muitas especificidades em relação a outras regiões do país. Foi muito significativo, para nós, receber essa visita. Ainda que faça parte do cronograma de atividades previsto pela parceria, a vivência que elas tiveram, certamente, gerou uma melhor compreensão de quais serão os nossos desafios”, frisa Glinda.

A visita se tornou particularmente marcante porque, segundo Glinda, há muitos projetos e programas que miram na região amazônica, mas poucos consideram essa imersão na comunidade – tampouco permitem que a própria população participe de maneira ativa das ações e se sinta parte da construção das mudanças que almejam.

“Enquanto marajoara e brevense, ver os parceiros se interessarem em ter essa vivência na comunidade é algo que deve ser exaltado e respeitado. Já tivemos, em tempos anteriores, experiências frustrantes de quem não teve sensibilidade de vivenciar a nossa história, de estudar o Marajó, de sentar com as famílias para discutir os problemas e encontrar soluções. Isto é muito gratificante”, reconhece Glinda.

Para Carolina Maciel, a entrada da Fundação Vale para o rol de parceiros fortalece a atuação da Rede Mondó, sobretudo pela troca de experiências e conhecimento entre as duas organizações.

“O diagnóstico que fizemos do território nesses primeiros anos de atuação nos fez perceber que os desafios são grandes. Por isto, cada parceria pode ser um catalisador para o desenvolvimento das ações que planejamos e dos resultados que almejamos”, afirma.

Ela acrescenta, ainda, que receber a visita da equipe comandada por Flávia foi relevante para que todos os envolvidos tenham a verdadeira dimensão e importância do trabalho que será desenvolvido. “Esse contato com a realidade local é imprescindível para que nossos parceiros percebam o impacto que as nossas ações podem ter na comunidade e transformar a vida das pessoas”, completa.

Créditos
Texto: Diógenes Santos
Fotos: Arquivo Pessoal