A Rede Mondó, projeto social de desenvolvimento territorial com ações desenvolvidas a partir da escola no Arquipélago do Marajó (PA), anuncia nesta quinta, 18, o lançamento do Afluir, programa de voluntariado voltado a pessoas físicas, Instituições de Ensino Superior (IES) e empresas.

Com a iniciativa, o objetivo é contribuir com o desenvolvimento sustentável das centenas de famílias assistidas pela organização na cidade de Breves, considerada a “capital das ilhas” do Marajó.

Qualquer pessoa ou organização interessada pode participar do Afluir como voluntário, doador ou apoiador. A contribuição com o programa está dividida em quatro eixos, que vão desde o cadastro para receber e multiplicar informações acerca da Rede Mondó até um intercâmbio (estudantil ou profissional) no Arquipélago. Confira imagem abaixo!

A diretora executiva da Rede Mondó, Carolina Maciel, explica que o Afluir foi pensado para reforçar a atuação em Breves, potencializando o alcance das ações planejadas dentro das quatro dimensões de atuação do projeto social: Educação, Saúde, Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura (moradia, água e energia).

“O voluntariado é uma vocação do brasileiro, que não hesita em ajudar a quem precisa. Em todo esse tempo que estamos em Breves, ficou ainda mais claro, para nós, que vencer as desigualdades passa pela soma de esforços e, quanto mais gente unida com um mesmo propósito, mais rápido conseguiremos cumpri-lo”, afirma.

PARCERIAS

A Rede Mondó atua a partir de Breves, no Marajó, há quase quatro anos. O projeto nasceu dentro da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), que juntou um grupo de empresas e organizações interessados em melhorar a qualidade da educação na Amazônia em parceria com o setor público.

Inicialmente com o foco específico em levar a expertise do Ensino Superior particular para a melhoria da Educação Básica, com o intuito de impulsionar o desenvolvimento da comunidade a partir do fortalecimento do ambiente escolar, o projeto ampliou o escopo de atuação ainda em seu estágio inicial.

Segundo Carolina, ao fazer um levantamento de dados para desenhar um diagnóstico da cidade de Breves, de onde partiram as decisões para os projetos, iniciativas e ações da Rede Mondó, foi possível entender que para estabelecer a escola como esse ambiente de transformação, seria necessário uma atuação multidimensional.

“Executar um projeto estruturante como a Rede Mondó exige um trabalho coordenado em diversas áreas. Percebemos em Breves uma riqueza de possibilidades e, desde o início, temos traçado um caminho para unir os diferentes setores para, trabalhando pela melhoria da escola, estabelecê-la como um lugar para a solução dos problemas locais”, enfatiza Carolina.

COLABORAÇÃO

Até o momento, figuram entre os parceiros da Rede Mondó organizações como a Fundação Vale, Fundação Pitágoras, Falconi Consultoria, Tozzini Freire Advogados, Fundação José Luiz Egydio Setúbal e a Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó (AMAM).

A primeira iniciativa do Afluir traz para a Rede um novo parceiro, a Construíde, uma uma ONG que tem como propósito impactar vidas através da construção de moradias sociais.

As duas organizações se juntaram para construir uma Sala Multiuso que será utilizada para abrigar os filhos das mulheres que participam do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) durante o período de aula.

Além disso, também receberá estudantes da rede pública que necessitem de atenção especial devido a violações de direitos. Detalhes da parceria serão apresentados em uma live no instagram da Rede Mondó (@redemondo) nesta quinta, 18, às 20h.

A Construíde tem como um dos fundadores o arquiteto Bruno Bordon, profissional que integrou a lista Forbes Under 30 em 2021.

“Com o Afluir, inauguramos uma nova fase desse trabalho da Rede Mondó ao trazer ainda mais empresas, instituições, organizações e pessoas interessadas em colaborar com o desenvolvimento das ações que temos executado a partir do Marajó”, acrescenta Carol.

Ainda que só neste momento, oficialmente, a Rede Mondó esteja abrindo um programa específico para voluntários, isto é algo que está no DNA do projeto, de acordo com Julia Jungmann, diretora de Relações Institucionais.

Segundo ela, desde a chegada em Breves, em 2021, em meio à pandemia de COVID-19, a ajuda de voluntários foi imprescindível para tirar o projeto do papel. “Começamos nossa atuação fazendo um extenso levantamento de dados, que chamamos de diagnóstico territorial, para elaborar os projetos, iniciativas e ações que desenvolvemos hoje. Sem os voluntários, em maioria jovens universitários, isso não teria se realizado”, recorda.

“Sem entender a realidade dos marajoaras, jamais conseguiríamos compreender quais os seus maiores desafios e como enxergavam o papel da escola na solução desses problemas. Ouvi-los e co-criar as soluções, foi fundamental, e fizemos este exercício de dentro para fora”, completa Júlia.

TRANSFORMAÇÃO

Quase que a totalidade dos então voluntários na fase inicial do projeto atualmente compõem o time da Rede Mondó, sobretudo aqueles que trabalham diretamente na comunidade durante a fase de diagnóstico. É o caso de Glinda Farias, assistente social marajoara, atualmente coordenadora do Núcleo de Integração do projeto.

Ela tem um histórico extenso de trabalhos voluntários, mas afirma que a experiência com a Rede Mondó foi mais desafiadora, porém compensadora. “Minha participação ocorreu nas atividades iniciais da Rede e, por isso, ao contrário das demais experiências, foi um processo de criação e aprendizagem, uma vez que participei diretamente das tomadas de decisão”, frisa.

Para Glinda, exercer o voluntariado é uma maneira de colaborar com a transformação da realidade de muitas pessoas, além de ser um espaço de aprendizagem e conhecimento. “Viver essa experiência em um programa que funciona dentro da Amazônia pode proporcionar oportunidades incríveis e cheias de aprendizado”, completa.

A experiência é compartilhada com Jaqueline Brito, bacharel em Serviço Social e também marajoara, hoje assistente do Núcleo de Integração da Rede Mondó. Ela foi voluntária ainda em 2021.

Jaqueline compreende que a vivência que teve no voluntariado não só reforçou a formação acadêmica, aumentando o interesse em trabalhar com projetos e ações sociais, como impulsionou as habilidades comportamentais – conhecidas por soft skills.

“Estamos em uma das regiões mais vulneráveis, mais desiguais do Brasil, que é o Marajó. Atuar em um projeto multidimensional como a Rede Mondó, com ações que partem do ambiente escolar, tem sido de uma riqueza imensa. Trabalhamos diariamente com profissionais de diversas áreas e há uma troca de experiências, aprendizados e descoberta de novas habilidades como em poucos ambientes”, ressalta.

Ainda de acordo com ela, esse impulso profissional possibilitado pela Rede Mondó é algo incomum para os marajoaras. “Vivemos em um ambiente de incerteza, de insegurança e muita falta de oportunidades para os jovens. Todo esse trabalho social que a Rede proporciona, de buscar solucionar os desafios e as vulnerabilidades na nossa comunidade, implanta em nós esperança e perseverança”, frisa.

“O olhar sensível às demandas da comunidade e a compreensão sobre como resolvê-las é algo que ocorre, também, de dentro para fora. Ao contribuir para que as centenas de famílias atendidas mudem a sua realidade, estamos mudando a nossa também ”, acrescenta Jaqueline.

Saiba mais sobre o Afluir neste vídeo!

COMO PARTICIPAR

Todo o processo de elaboração do Programa Afluir está respaldado em propiciar aos voluntários a oportunidade de aplicar os conhecimentos técnicos ao contribuírem para suprir demandas reprimidas da comunidade.

Enquanto, a título de retorno, o programa oferece a possibilidade de um reforço na formação, levando o voluntário a desenvolver soft skills por meio da compreensão dos dos processos políticos, sociais, éticos e de valores humanos que o voluntariado pode oferecer.

Além disso, para as empresas, juntar-se a uma iniciativa como a Rede Mondó exerce uma forte contribuição à política interna de E.S.G, fortalecendo o compromisso com a responsabilidade social e ambiental.

Para os voluntários, o Afluir não é apenas uma oportunidade de contribuir com um projeto social, mas uma chance de mergulhar na riqueza da floresta e entender a realidade das comunidades que vivem nela. Em um momento em que o mundo volta os olhos para a Amazônia, é crucial que os brasileiros reconheçam sua importância e potencial para o futuro da humanidade.

O primeiro passo para integrar o programa é se cadastrar neste link. A partir disso, o voluntário receberá, sempre em primeira mão, informações sobre todas as iniciativas, projetos e ações do Afluir dos quais poderá participar.

Já as empresas e Instituições de Ensino Superior (IES) que desejarem se juntar ao Afluir devem entrar em contato pelo email gestor@redemondo.org.br.